A política brasileira, conhecida por suas reviravoltas, ganhou mais um capítulo no Tocantins. Tiago Dimas (PODEMOS-TO), ex-deputado federal, está de volta à Câmara dos Deputados, ocupando o lugar de Lázaro Botelho (PP-TO).
A mudança foi confirmada após o Supremo Tribunal Federal (STF) finalizar, na última quarta-feira (13), o julgamento dos embargos de declaração nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 7.228 e 7.263. A decisão estabeleceu a retroatividade da nova interpretação sobre as sobras eleitorais, impactando diretamente as eleições de 2022 e provocando uma redistribuição de cadeiras na Câmara. Com isso, Lázaro Botelho perde o mandato, e Tiago Dimas reassume o posto.
O PODEMOS, partido de Dimas, lançou nove candidatos a deputado federal no Tocantins em 2022, somando 71.684 votos. Para alcançar esse resultado, a legenda não economizou: segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram investidos R$ 9.920.801,00 do fundo eleitoral, o que resulta em um custo médio de R$ 138,39 por voto. A distribuição dos recursos e os votos de cada candidato podem ser conferidos na tabela abaixo:
Suplência em Jogo
Na linha de sucessão do partido, o primeiro suplente seria José Alves Maciel, conhecido como “Kita Maciel”. Em 2022, ele recebeu R$ 1.029.833,33 do fundo eleitoral e obteve votação expressiva. No entanto, em 2024, Kita trocou o PODEMOS pelo PDT e disputou uma vaga como vereador em Gurupi, conseguindo apenas 488 votos com um investimento bem mais modesto: R$ 5.325,20 do partido, totalizando um gasto de R$ 35.145,20 na campanha. A queda drástica no desempenho reforça a tese de que, sem recursos robustos, os votos não aparecem.
Com a saída de Kita Maciel do PODEMOS, a suplência recairia sobre Marcos Valério Soares, o “Marcão”. Ele também disputou as eleições municipais de 2024, concorrendo à prefeitura de Colinas do Tocantins, pelo PL-TO,mas ficou em segundo lugar com 2.018 votos, atrás do prefeito reeleito Dr. Ksarin. Assim, a fila andou mais uma vez.
Quem assume agora a posição de 1º suplente é Salomão Barros de Sousa, que em 2022 concorreu como “Salomão do Alziro Gomes”, uma homenagem ao pai, Alziro Gomes, ex-deputado estadual por Goiás e suplente empossado como deputado federal pelo Tocantins (1987-1991). Salomão permaneceu no PODEMOS e chegou a cogitar uma candidatura a prefeito de Tocantinópolis em 2024, mas desistiu antes das convenções e, na reta final, declarou apoio a Fabion Gomes, vencedor da disputa.
Expectativas Políticas
Ainda não está claro se Salomão Barros conseguirá assumir o cargo de deputado federal, nem que seja por um período curto. Analistas políticos apontam que isso seria difícil, pois Tiago Dimas terá apenas um ano e sete meses para se consolidar e buscar uma reeleição em 2026. No entanto, alianças políticas sempre podem trazer surpresas, e como já ocorreu em 2022, a articulação entre os candidatos pode ser fundamental para a permanência e o fortalecimento da legenda no estado.
A política é um jogo dinâmico, e os movimentos de hoje podem definir os resultados de amanhã. No fim, o destino dos parlamentares pode depender não apenas do eleitorado, mas também das decisões do STF e das estratégias de bastidores.