No dia a dia dos hospitais, UPA’s e postos de saúde, é essencial garantir um atendimento ágil e eficiente para todos os pacientes que buscam assistência médica. No entanto, é igualmente crucial lembrar que a humanização desse processo é fundamental para cuidar do bem-estar físico e emocional das pessoas.
Na madrugada do ultimo dia 09/06, um incidente ocorrido com uma grávida no hospital municipal de Tocantinópolis chamou a atenção para a necessidade de equilibrar a burocracia com a sensibilidade, especialmente em momentos de emergência.
A mulher estava grávida de 37 semanas, e pretendia ter a criança em Araguaína para evitar riscos, porém, começou a sentir fortes dores e foi levada às pressas para o hospital municipal José Sabóia. Ao chegar, mesmo em agonia, ela foi solicitada a apresentar documentos como ultrassonografia e o cartão do SUS, além da carteirinha de gestante, que, infelizmente na pressa, havia sido esquecida em casa. Enquanto o marido dela buscava o documento, a mulher relatava sentir a cabeça do bebê saindo e afirmava que o parto estava prestes a acontecer.
Infelizmente, antes de a carteirinha chegar com o marido, a grávida foi obrigada a se levantar e se deslocar mesmo após ter dito que acha que não conseguiria, para outro local caminhando, se quer lhe ofereceram uma cadeira de rodas, equipamento e procedimento normal em qualquer hospital que se preze. Ao se levantar e tentar caminhar a criança nasceu com ela ainda em pé vindo a cair e bater a cabeça no chão.
Nesse momento, é compreensível que haja procedimentos padronizados para garantir a segurança da mãe e do bebê, como a solicitação da carteirinha de gestante. No entanto, é importante refletir sobre a maneira como as palavras e a situação da paciente foram tratadas. Embora possa ocorrer de algumas gestantes confundirem as sensações de um parto iminente, não se pode negligenciar o que a paciente está relatando.
A falta de atenção às palavras da mulher e a ausência de uma cadeira de rodas ou maca para ajudá-la a se deslocar evidenciam uma falha no atendimento humanizado. A dor que ela sentia e suas dificuldades em se movimentar deveriam ter sido levadas em consideração, independentemente da situação do parto. É imprescindível priorizar a empatia e o cuidado com a paciente em momentos de aflição, colocando-se no lugar dela e oferecendo o suporte necessário.
Diante desse episódio, fica evidente a importância de repensar os procedimentos e políticas de atendimento em situações de emergência. Embora a burocracia seja parte integrante do sistema de saúde, é fundamental equilibrá-la com a sensibilidade e a humanização, especialmente ao lidar com pacientes que estão passando por momentos críticos.
Profissionais de saúde devem ser treinados não apenas para seguir protocolos, mas também para escutar e entender as necessidades dos pacientes. Nesse caso, uma abordagem mais atenta e compassiva poderia ter evitado o nascimento inesperado em pé e a queda do bebê, causando potenciais consequências para sua saúde.
O caso vivenciado por mais esta grávida traz à tona a importância de aprimorar o atendimento humanizado em situações de emergência, buscando encontrar o equilíbrio entre procedimentos e a compreensão das necessidades dos pacientes. Ao garantir que a burocracia não se sobreponha à empatia e ao cuidado, podemos criar um ambiente de saúde mais seguro, acolhedor e eficiente para todos.
Vereador Já Havia Solicitado Atendimento Priorizado
Antes do incidente com a criança acontecer, o Vereador Roberlan Cokim (PSC-TO), havia solicitado cerca de 5 dias antes, que priorizassem o atendimento às pessoas que chegassem no hospital ou UPA. O camarista publicou um vídeo em suas redes sociais mostrando que havia visitado a secretaria de saúde do município para protocolar um documento e na ocasião conversou com a secretária justamente sobre a importância de priorizar o atendimento às pessoas que chegam em situação de emergência antes de solicitar documentos. “No dia 02 de Junho, estive na secretaria de saúde para protocolar um ofício e tive a oportunidade de conversar com a secretária Vandecy. Na ocasião, discuti sobre a importância de priorizar o atendimento às pessoas que chegam em situação de emergência antes de solicitar documentos. Acredito que é fundamental ‘humanizar os atendimentos’. Infelizmente, parece que meu apelo foi em vão. Na madrugada do dia 09, presenciei uma situação triste: uma grávida teve seu bebê em pé e chegou a cair no chão do hospital. Tudo isso aconteceu porque, quando sentiu dores, ela foi recusada no atendimento por não estar com sua carteira de gestante. Só foram atendê-la quando seu marido chegou com o documento. Situações como essa nos mostram que ainda há muito a ser feito para garantir o cuidado adequado e humanizado a todos. Vamos continuar lutando por mudanças reais e urgentes no sistema de saúde.” Publicou Roberlan.
Assista o vídeo publicado logo abaixo: