O caso em questão envolve um processo trabalhista movido por um ex-treinador do clube, que buscava indenização por não ter recebido os salários acordados durante o contrato. Infelizmente, o treinador faleceu sem receber seus direitos trabalhistas, porém, o processo continua.
O processo teve origem em Abaetetuba, no Pará, e foi encaminhado para a Vara do Trabalho de Araguaína e posteriormente para Tocantinópolis, solicitando o bloqueio de créditos do TEC junto à Prefeitura e à Câmara de Vereadores do município. O valor da execução é relativamente baixo, apenas R$ 20.071,40, mas a relevância desse caso transcende o montante em questão.
O treinador contratado pelo TEC em 2019 foi dispensado sem justa causa após apenas dois meses de trabalho, sem receber os pagamentos acordados. Apesar de o clube ter alcançado um índice de vitórias considerável durante sua gestão, a diretoria decidiu quebrar o contrato, deixando de efetuar os dois últimos pagamentos salariais e rescisórios. Essa conduta caracteriza uma falta de compromisso e de responsabilidade por parte do clube.
Enquanto aguardava pelos seus direitos trabalhistas, o treinador, conhecido como Fran Costa, foi diagnosticado com câncer de próstata. Sem poder trabalhar, ele enfrentou dificuldades financeiras e contou com a ajuda de amigos para se sustentar durante o tratamento. Infelizmente, Fran Costa faleceu em maio de 2021, aos 60 anos, sem receber a devida indenização e reconhecimento por seus serviços prestados.
Essa situação levanta questionamentos sobre o porquê de o TEC não pagar suas dívidas trabalhistas, especialmente considerando que o clube recebe repasses mensais da Prefeitura. O vereador Roberlan Barbosa da Silva, conhecido como "Roberlan Cokim", tem sido um dos principais defensores da prestação de contas do clube. Ele ressalta que, mesmo após receber cerca de R$ 5 milhões pela participação na Copa do Brasil em 2022, a diretoria do TEC não cumpriu os acordos trabalhistas, resultando em multas de 100%. “Receberam dinheiro suficiente para reestruturar o time, construir uma academia, finalizar a piscina, adquirir um ônibus novo, mas não, o dinheiro simplesmente sumiu, o ônibus que compraram é velho de 2011, não restam dúvidas que essa grana toda foi gasta de forma escusa”. Citou o Fiscal do Povo.
O fato de o clube ter utilizado o dinheiro recebido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos direitos de transmissão para outros fins, como possivelmente financiar campanha política de um deputado da cidade, é extremamente preocupante. Essa conduta prejudica não apenas os trabalhadores “jogadores” que têm direito a receber salários justos, mas também compromete a confiança da população no uso adequado dos recursos públicos por parte da diretoria do time.
No caso específico do TEC, a falta de prestação de contas e o não pagamento das dívidas trabalhistas são exemplos claros de negligência e descaso. Essa conduta prejudica não apenas os trabalhadores diretamente afetados, mas também mancha a reputação do clube e compromete a confiança da população no esporte como um todo.
A sociedade como um todo deve estar atenta à importância da prestação de contas quando se utiliza dinheiro público. É fundamental cobrar transparência e responsabilidade das instituições envolvidas, para garantir que os recursos sejam utilizados de forma ética e em benefício de todos. Afinal, a gestão adequada do dinheiro público é essencial para o desenvolvimento e o bem-estar da comunidade como um todo.
Assista abaixo o vereador Roberlan Cokim falando sobre o dinheiro do TEC: