O Parque Estadual do Cantão (PEC), que abriga uma riqueza incomparável de biodiversidade, está celebrando um importante marco nesta quarta-feira, dia 27 de setembro. As trilhas de monitoramento, essenciais para acompanhar a saúde ambiental dessa Unidade de Conservação, estão sendo concluídas com sucesso. Esse trabalho meticuloso, que começou em julho deste ano, envolveu a observação de borboletas frugívoros, aves, mamíferos de médio e grande porte, além da análise das árvores que compõem esse ecossistema singular.
A terceira e última etapa dessas trilhas de monitoramento teve início no dia 28 de agosto e está localizada na parte sul do parque, próximo ao projeto Canguçu. Vale ressaltar que as outras duas trilhas foram realizadas em junho e agosto, proporcionando uma visão abrangente da biodiversidade do PEC.
O guarda-parque Emival Pinto Rocha, membro dedicado da equipe do PEC, enfatiza a importância do monitoramento da biodiversidade para as Unidades de Conservação. Essa atividade permite medir o sucesso das ações de preservação e conservação em andamento. Rocha relata que a equipe inicia o trabalho às 7 horas e retorna às 17h30 ao ponto de apoio, percorrendo uma média de 11 km por dia. Durante esse período em campo, também realizam a limpeza das áreas, contribuindo para a manutenção do parque.
As trilhas percorridas no Parque Estadual do Cantão, conhecido como o berçário do Rio Araguaia, abrangeram diversos pontos dos impressionantes 90 mil hectares do PEC, bem como parte dos 850 lagos que o cortam. Adailton Glória, gerente do PEC, enfatiza que além de monitorar a biodiversidade, as trilhas também desempenham um papel crucial na prevenção de incêndios florestais, um problema recorrente em nossas áreas naturais.
Detalhando o percurso das trilhas, na primeira etapa, realizada entre junho e julho, foram explorados os Rios Coco, Furo do Cicica e Furo da Barreirinha, próximos à antiga sede do Instituto Araguaia. Nessa fase, foram conduzidas atividades de limpeza e substituição de estacas de madeira por canos de PVC, facilitando a pesquisa em campo.
A segunda trilha teve início no final de julho e se estendeu até meados de agosto, abrangendo a área próxima à Pousada Ecológica do Governo, que serviu como ponto de apoio para as atividades de monitoramento e limpeza. Nessa etapa, os Rios Coco e Araguaia foram o foco da exploração.
No total, essas três trilhas de monitoramento da biodiversidade, que têm 5 km de extensão cada, foram implantadas com o apoio do programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Durante o curso desses trabalhos, a equipe técnica percorreu incríveis 4.275 km de trilhas. Vale ressaltar que a vegetação única da região do Cantão, que apresenta uma transição entre o cerrado e a mata de igapó, com ênfase no cerrado, torna a abertura das trilhas um desafio notável.
O guarda-parque Emival Pinto Rocha conclui, enfatizando que, sem o monitoramento constante, podemos ter a falsa impressão de que está tudo bem apenas porque as árvores continuam de pé. No entanto, a verdadeira saúde da natureza depende da presença de animais, de uma teia trófica funcional (cadeias alimentares) e da minimização de distúrbios. Portanto, o monitoramento contínuo é essencial, pois permite identificar os indicadores da saúde desse ecossistema único.
A conclusão bem-sucedida dessas trilhas de monitoramento representa um compromisso notável com a conservação desse importante patrimônio natural. O Parque Estadual do Cantão permanece como um exemplo inspirador de preservação da biodiversidade em nosso país.