Neste mês de maio, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) aderiu à importante Campanha Maio Cinza, visando alertar e conscientizar a população sobre a relevância do diagnóstico precoce dos tumores cerebrais. Essa condição, que afeta o órgão responsável por coordenar todas as funções do corpo humano, pode manifestar-se tanto na forma benigna quanto maligna. Enquanto os tumores benignos crescem lentamente e podem ser tratados com cirurgia, os malignos apresentam crescimento acelerado, sintomas e exigem tratamentos mais complexos.
O cérebro e a medula espinhal formam o Sistema Nervoso Central (SNC), e os tumores nessa região resultam do crescimento de células anormais nos tecidos correspondentes. A incidência desses tumores varia conforme a faixa etária, com crianças e adultos desenvolvendo diferentes tipos de patologias. Além disso, fatores genéticos e certas síndromes familiares aumentam o risco de desenvolvimento de tumores cerebrais. A exposição a radiações, como raios X e gama, é identificada como um dos principais fatores de risco.
Gustavo Fernandes Leobas, neurocirurgião do Hospital Geral de Palmas (HGP), destaca os tipos mais comuns de tumores cerebrais no SNC. Ele ressalta a importância de distinguir entre tumores que se originam no cérebro (primários) e aqueles que se originam em outros órgãos e se disseminam para o cérebro (secundários ou metastáticos). O especialista menciona que tumores metastáticos frequentemente têm origem no câncer de mama, pulmão e melanoma cutâneo, enfatizando a importância de medidas preventivas específicas para cada tipo.
"Tumores cerebrais primários, mesmo benignos e de crescimento lento, podem causar danos neurológicos irreversíveis ou fatais ao pressionar e destruir o tecido cerebral normal", explica o especialista. Os sintomas desses tumores podem surgir gradualmente ou de forma súbita, incluindo dores de cabeça, tonturas e lapsos de memória, o que torna o diagnóstico precoce desafiador.
O tratamento dos tumores cerebrais depende do tamanho e localização do tumor, podendo incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo molecular e imunoterapia, adaptados individualmente para cada paciente, seja para tumores primários ou secundários. No Tocantins, o acompanhamento é realizado nas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACONs) de Palmas e Araguaína, onde aproximadamente 20 pacientes estão sob cuidados.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que, a cada ano, ocorram cerca de 11.490 novos casos de câncer do Sistema Nervoso Central no Brasil, no período de 2023 a 2025. Esses números alertam para a importância da conscientização e da busca por diagnóstico precoce, destacando a relevância das campanhas como o Maio Cinza na luta contra os tumores cerebrais.
Tocantinópolis - TO
