A Polícia Civil do Tocantins (PC-TO) realizou a operação Terra Tombada em Wanderlândia, com o objetivo de coibir conflitos agrários que surgiram devido à disputa por uma fazenda na zona rural da cidade. A ação visava também subsidiar as investigações relacionadas a um grupo suspeito de invadir e ameaçar posseiros que já residiam na área.
De acordo com o delegado Márcio Lopes da Silva, responsável pela 30ª Delegacia de Wanderlândia, um grupo de indivíduos vindos do Paraná afirmou representar uma empresa que arrendou a fazenda em questão. Esse grupo passou a ameaçar os posseiros com o uso de armas de fogo, instalando câmeras próximas às residências, intimidando e fazendo propostas de compra de lotes para aqueles que desejassem deixar as terras. No entanto, esses acordos nunca eram cumpridos.
As ameaças e intimidações do grupo recém-chegado motivaram os posseiros a se unirem em uma associação e registrar Boletins de Ocorrência denunciando as ações criminosas. A partir desses relatos e com base em episódios de violência, foi instaurado um inquérito policial que permitiu a identificação de diversos indivíduos ligados à invasão da fazenda.
Com base nas investigações, o delegado representou ao Poder Judiciário a expedição de dois mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos por dezenas de policiais civis da 30ª Delegacia de Wanderlândia, com o apoio de outras unidades especializadas. A operação ocorreu na madrugada, e no local da invasão, dez homens foram encontrados vivendo em um barraco rústico, alegando trabalhar para um advogado ainda não identificado. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, rádios amadores, documentos e contratos de arrendamento que serão analisados como parte das investigações.
Paralelamente, outra equipe de policiais civis cumpriu o segundo mandado de prisão na residência do homem considerado o líder dos invasores, localizada no centro de Wanderlândia. Documentos relacionados à prestação de contas do grupo foram apreendidos, assim como um aparelho celular.
O saldo da operação Terra Tombada foi considerado positivo pelo delegado Márcio Lopes, embora não tenham sido apreendidas armas de fogo durante a ação. Os elementos de informação obtidos permitirão o aprofundamento das investigações e contribuirão para prevenir e amenizar conflitos agrários na região.
O delegado ressaltou que três dos principais investigados na operação já haviam sido presos anteriormente pela Polícia Militar no dia 27 de dezembro de 2022. Na ocasião, estavam em posse de cinco armas de fogo, mas foram liberados após pagar fiança e aguardam o processo em liberdade.
A operação Terra Tombada representa um importante esforço da Polícia Civil em combater invasões de terras e garantir a segurança dos posseiros que já habitam e trabalham nas áreas rurais do Tocantins. Com a continuidade das investigações, espera-se que a paz e a ordem possam ser restabelecidas na região, protegendo os direitos dos cidadãos e o patrimônio rural.