Desde a última quinta-feira, 9 de maio, o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO) está atuando incansavelmente na Operação Rio Grande do Sul, uma missão de apoio e socorro às vítimas das inundações e demais consequências das intensas chuvas que assolam o estado gaúcho. Essa mobilização é uma resposta direta à determinação do governador Wanderlei Barbosa, que prontamente destinou uma equipe composta por 11 militares, três viaturas e dois jet skis para a região.
Na cidade de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, os mergulhadores tocantinenses uniram forças com os bombeiros militares do Rio de Janeiro para resgatar pessoas em áreas alagadas. Uma das grandes dificuldades encontradas é convencer os moradores a deixarem suas casas, mesmo diante do iminente perigo. O cabo Samuel Pacheco, da Companhia Independente de Busca e Salvamento (Cibs/CBMTO), relata: "Passamos por muitos endereços, conversamos com as pessoas, mas elas querem ficar lá, por não quererem deixar algum animal sozinho, ou mesmo por medo de os pertences serem roubados ou ainda, por não terem para onde ir."
As autoridades locais estabeleceram abrigos para acolher as pessoas em áreas de risco ou que perderam suas residências, porém a decisão de ir para esses locais depende de uma cuidadosa abordagem por parte dos bombeiros militares. "Ocorreu muito de chegarmos a um local oferecendo ajuda e a pessoa não querer sair, mas geralmente eles ligam para o Corpo de Bombeiros chamando por socorro, porque estavam passando mal, e algumas tiveram que ser retiradas a contragosto", explica Pacheco.
Houve casos em que os próprios moradores, após resistirem à evacuação, precisaram ser resgatados mais tarde, quando a situação se agravou. "Numa outra situação, outro idoso se recusou a sair, mas começou a chover, a água começou a subir e ele teve que mudar de ideia. Essas pessoas ligam horas depois para o Corpo de Bombeiros, dão o endereço e a gente se desloca para resgatá-la", relata o bombeiro tocantinense.
Além do resgate humano, os bombeiros também estão empenhados em salvar animais. "Geralmente, com o alagamento das casas, cachorros e gatos estão indo para o telhado, e a gente chega para tentar resgatá-los", acrescenta Pacheco. Somente na sexta-feira, 10 de maio, os bombeiros tocantinenses, em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, conseguiram resgatar mais de 30 animais em Canoas.
Outros dois bombeiros militares do CBMTO estão trabalhando na parte de defesa civil, na Base Aérea de Canoas, coordenando a distribuição das doações que chegam e que precisam ser encaminhadas para os diversos municípios afetados. A Base Aérea é o centro de operações em apoio ao Rio Grande do Sul.
Enquanto isso, em Porto Alegre, a tenente-coronel Dione Miranda, psicóloga da corporação tocantinense, lidera o trabalho de apoio emocional e psicológico às vítimas, reconhecendo a importância de cuidar não apenas do corpo, mas também da mente nesse momento de crise.