Com o objetivo de combater crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, teve início nesta quinta-feira, 1º de agosto, a Operação Shamar, que se estenderá até o dia 29 de agosto no Tocantins. O anúncio foi feito por representantes das forças de segurança estaduais durante uma coletiva de imprensa realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), em Palmas.
A operação é coordenada nacionalmente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e, no Tocantins, é conduzida por unidades especializadas de proteção à mulher e pelas forças de segurança, especialmente a Polícia Civil e a Polícia Militar.
Ana Carolina Coelho Braga, diretora de Polícia do Interior e coordenadora de Mulheres e Vulneráveis da SSP/TO, destacou que a Polícia Civil está realizando uma análise qualificada dos índices criminais, mobilizando efetivo para reforçar as Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher (Deams) e outras unidades policiais, visando aumentar a celeridade e conclusão de procedimentos.
“A sociedade é chamada a participar e somar com as ações da Polícia Civil. Mobilizamos o efetivo das Deams, mas todas as unidades do Estado estarão envolvidas e com o olhar mais atento para essa questão. Serão realizadas ações de inteligência e operacionais para dar cumprimento a mandados judiciais e prisões, além de atendimentos especializados às mulheres, verificação de denúncias, levantamento de mandados de prisão em aberto e outras diligências”, explicou a delegada.
A major Flávia Roberta Pereira de Oliveira, coordenadora Estadual da Patrulha Maria da Penha (PMP) da Polícia Militar, apresentou as rotas de atuação e ações da patrulha para diagnóstico e análise dos índices de violência contra a mulher.
“A Polícia Militar, por meio da Patrulha Maria da Penha, está empenhada em promover diversas ações de conscientização, tanto na nossa Capital quanto no interior do Estado. Hoje, dia primeiro, começa a campanha do Agosto Lilás e, dentro da Operação Shamar, realizaremos um trabalho conjunto e integrado que vai levar muita informação e conscientização pelo fim da violência contra a mulher”, destacou.
O secretário da Segurança Pública do Tocantins, Wlademir Mota Oliveira, ressaltou a responsabilidade coletiva no combate à violência contra a mulher. “Essa é uma operação nacional totalmente apoiada pelo governador Wanderlei Barbosa, que, assim como todos nós, deseja tornar o Tocantins um estado mais seguro para todas as mulheres. O envolvimento coletivo é crucial para criar um ambiente seguro e de combate à violência, por isso, neste ano, vamos intensificar ainda mais nossas ações, percorrer o Estado de norte a sul, levando ações de combate e orientações”, afirmou o secretário.
O coronel Cláudio Thomaz Coelho de Souza, chefe do Estado Maior da Polícia Militar, destacou a atuação integrada das forças de segurança na Operação Shamar para garantir a proteção das mulheres. “É um programa que está dando certo e tendo continuidade agora, e a Polícia Militar, junto com as demais Forças de Segurança, está mobilizada no enfrentamento a essa questão que tanto nos preocupa e faz com que estejamos cada vez mais engajados para trazer uma segurança maior às nossas mulheres”, afirmou o coronel.
A coronel Andreya de Fátima Bueno, chefe do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros, também ressaltou a prontidão da corporação em contribuir com ações que visem proteger as mulheres. “Somos parceiros em mais esta ação pois entendemos que combater esse tipo de violência é fundamental e, no caso de necessidade de qualquer socorro a uma vítima, estaremos prontos para atuar”, lembrou.
A diretora de Ações de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, da Secretaria de Estado da Mulher, Áurea Matos, destacou a parceria da pasta na ação e as iniciativas do Agosto Lilás, mês dedicado ao enfrentamento da violência contra as mulheres. “A Shamar tem tudo a ver com o Agosto Lilás e vamos trabalhar juntos, integrados, pois assim teremos resultados mais positivos”, disse.
No ano passado, a Shamar resultou em 92 prisões em flagrante por violência doméstica e familiar contra a mulher, incluindo duas prisões por feminicídio. Um total de 379 policiais percorreram o Tocantins com ações repressivas e educativas. Em 25 dias de ações, 542 vítimas foram atendidas, gerando 320 inquéritos policiais. Além disso, 349 vítimas receberam medidas protetivas de urgência, e 142 diligências de policiamento ostensivo foram realizadas.
Atividades de conscientização também foram desenvolvidas em escolas de 76 municípios do Tocantins, alcançando cerca de 10 mil estudantes com palestras sobre a importância de não tolerar a violência doméstica.
O delegado-geral da Polícia Civil do Tocantins, Claudemir Luiz Ferreira, acredita que em 2024 os resultados serão ainda mais positivos. “As forças de segurança e a rede de proteção atuam todo o ano, mas agora intensificamos os esforços para combater essa problemática que não é só do Tocantins, mas de todo o Brasil. Os números do ano passado mostram a dimensão da operação Shamar no Tocantins. Nossa atuação foi destaque no cenário nacional e, com base em nossa projeção, vemos que em 2024 esses dados serão ainda mais positivos”, avaliou.
O evento contou com a participação de autoridades civis e militares e de representantes da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID) do Tribunal de Justiça do Tocantins e do Núcleo de Prevenção das Violências, Promoção da Saúde e Cultura de Paz (Nupav).