Nesta terça-feira (15), a Polícia Civil do Tocantins (PC-TO) cumpriu 14 mandados de busca e apreensão contra cinco policiais da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam), suspeitos de envolvimento em um homicídio e de simular uma troca de tiros para justificar a execução de um jovem no bairro Jardim Aureny III, em Palmas. Um agente da Guarda Metropolitana também está entre os investigados.
De acordo com informações preliminares, o grupo teria forjado um confronto para encobrir o assassinato, plantando uma arma próxima à vítima para simular a troca de tiros. As investigações apontam que os policiais monitoraram a vítima, Jaimeson Alves da Rocha, por pelo menos nove dias antes de sua morte. Jaimeson foi morto a tiros enquanto estava em uma oficina mecânica no dia 18 de junho de 2024.
A Justiça do Tocantins determinou o afastamento dos policiais e do guarda das ruas, além do recolhimento de suas armas, suspensão do porte de arma e uso de tornozeleiras eletrônicas. Segundo as investigações, dois dos policiais, formados recentemente pela Rotam, teriam participado do crime como parte de um suposto "ritual de batismo".
A Polícia Militar (PM) informou que colaborou com o cumprimento dos mandados e destacou que um oficial acompanhou a operação em todos os locais alvos. Em nota, a PM lamentou o pedido de busca e apreensão no quartel, destacando que as armas e os depoimentos dos envolvidos já haviam sido colhidos no momento da apresentação da ocorrência na delegacia.
A Prefeitura de Palmas também emitiu uma nota, informando que está colaborando com as investigações sobre o envolvimento do agente da Guarda Metropolitana e que, caso confirmada sua participação, serão tomadas as medidas cabíveis.
Segundo os laudos periciais e imagens das câmeras de segurança, a materialidade do crime foi confirmada. Três dos policiais confessaram ter atirado na vítima, alegando que o fizeram em resposta a um suposto ataque, quando Jaimeson teria sacado uma arma ao ser abordado. Mesmo após ser atingido, ele teria tentado acionar a arma novamente, o que levou os policiais a desarmá-lo.
O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Militar reafirmou seu compromisso com a legalidade e prometeu continuar colaborando com as investigações, repudiando quaisquer suposições infundadas sobre o caso.