A Polícia Civil do Tocantins divulgou nesta quinta-feira (17) um cartaz de procurada com a foto da advogada Flávia Paulo dos Santos Oliveira Ribeiro, acusada de desviar aproximadamente R$ 700 mil em golpes aplicados contra seus próprios clientes. A Justiça determinou sua prisão preventiva, mas a suspeita ainda não foi localizada para cumprimento do mandado.
As investigações indicam que Flávia teria começado a aplicar golpes antes mesmo de obter seu registro profissional de advogada, utilizando táticas como emissão de falsas guias de pagamento e uso indevido de procurações para receber valores judiciais em nome dos clientes. Entre os casos apurados, está o desvio de mais de R$ 185 mil de uma cliente que buscava tomar posse em um cargo público.
Conforme a Polícia Civil, a advogada emitia Documentos de Arrecadação Judiciária (DAJs) falsos e pedia que os valores fossem depositados diretamente em sua conta bancária. Em um dos casos, ela teria desviado R$ 180.761,70 e cobrado R$ 5 mil em honorários da vítima.
Além disso, Flávia é ré em pelo menos quatro processos na 3ª Vara Criminal de Palmas por apropriação indébita e outros crimes. Apesar de ter sido presa em março deste ano, a advogada respondia aos processos em liberdade. Contudo, novos inquéritos concluídos pela Polícia Civil motivaram a Secretaria de Segurança Pública a solicitar novamente sua prisão, o que foi acatado pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins.
O Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seccional Tocantins suspendeu a licença de Flávia Paulo, impedindo-a de exercer a advocacia. A OAB reforçou que ela permanece com o registro suspenso.
Os advogados Pedro Geraldo Cunha de Aguiar e Gustavo Silva Santos, que representam Flávia Paulo, emitiram nota pública negando a existência de qualquer condenação judicial contra a cliente. A defesa argumenta que os valores supostamente desviados estão garantidos junto ao Juízo competente e que um Habeas Corpus Preventivo foi protocolado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no último dia 13, aguardando decisão.
Segundo a defesa, "qualquer informação que extrapole o que foi esclarecido configura especulação sem respaldo processual, prejudicando injustamente a imagem da advogada."
A Polícia Civil solicita que qualquer pessoa com informações sobre o paradeiro de Flávia Paulo entre em contato por meio dos canais oficiais. A colaboração da população é essencial para o desfecho das investigações.
Tocantinópolis - TO
