A Justiça Federal, por meio da 1ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Imperatriz (MA), deu um prazo de 10 dias para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) retire um dos veículos presos em uma fenda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA). A decisão, publicada em 15 de janeiro, destaca a conduta omissiva do DNIT em adotar medidas preventivas ou reparadoras antes do desabamento.
O acidente ocorreu em 22 de dezembro de 2024, quando o vão central da ponte desabou, derrubando dez veículos no rio Tocantins. Entre as vítimas, 14 pessoas perderam a vida, três permanecem desaparecidas, e um homem sobreviveu. No veículo preso na fenda, viajavam três pessoas no momento da tragédia.
No documento, o juiz Georgiano Rodrigues Magualhães Neto destacou o agravamento dos prejuízos causados ao proprietário do carro preso, que o utiliza como ferramenta de trabalho. O DNIT, por sua vez, informou que se posicionará sobre a decisão na próxima segunda-feira (20).
Quase um mês após o desabamento, as buscas pelos desaparecidos continuam, conduzidas por equipes do Corpo de Bombeiros e da Marinha. As operações enfrentaram dificuldades devido à abertura das comportas da barragem de Estreito, mas os trabalhos foram retomados.
Durante a semana, o superintendente do DNIT no Tocantins e outros quatro servidores foram afastados. Uma sindicância foi aberta para investigar as causas e responsabilidades pelo colapso da estrutura.
Entre os dez veículos que caíram no rio, estavam três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões. Dois desses caminhões transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e um terceiro carregava 22 mil litros de defensivos agrícolas, o que gerou preocupações ambientais.
De acordo com o DNIT, o desabamento foi causado pelo colapso do vão central da ponte, mas as causas específicas ainda estão sendo apuradas. A Polícia Federal também abriu uma investigação para identificar os responsáveis pela tragédia.
Com a interdição total da ponte, os motoristas precisam utilizar rotas alternativas para se deslocar entre o Tocantins e o Maranhão.
O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira é um marco trágico que reforça a necessidade de maior atenção à manutenção de infraestruturas essenciais e à segurança dos usuários.