A Polícia Civil do Tocantins encerrou as investigações sobre um suposto esquema de funcionários fantasmas na Secretaria Geral de Governo, em 2018, que resultou em um prejuízo estimado de quase R$ 80 mil aos cofres públicos. A operação faz parte da Operação Catarse, deflagrada em 2019, após denúncias anônimas da população.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), quatro inquéritos foram finalizados, apontando que os servidores estavam formalmente lotados na Secretaria Geral de Governo, em Palmas, mas residiam e exerciam atividades habituais em Araguaína, localizada a 384 km da capital.
Os inquéritos concluíram que o esquema funcionava com o consentimento de chefes imediatos e da então secretária-geral, que não comunicavam as faltas dos servidores. Entre os indiciados estão dois superintendentes da Secretaria e quatro funcionários, além da ex-secretária Juliana Passarin.
Veja os principais pontos apurados nos inquéritos:
Inquérito 70/2019: investigou a servidora de iniciais R.C.F., que teria recebido R$ 24 mil como agente de cadastro e informação, embora residisse e trabalhasse em Araguaína.
Inquérito 71/2019: apurou que S.R.S. recebeu mais de R$ 19 mil como auxiliar de cadastro e informação, enquanto atuava como corretor de imóveis em Araguaína.
Inquérito 77/2019: apontou que S.S.M. recebeu R$ 16 mil como supervisora de suporte e operação, embora exercesse atividades habituais em Araguaína.
Inquérito 81/2019: investigou W.G.L., que recebeu R$ 13 mil como técnico em suporte e operação e, paralelamente, se apresentava como desempregado na 2ª Vara de Execuções Penais de Araguaína.
A defesa da ex-secretária Juliana Passarin argumenta que os fatos investigados são anteriores à sua nomeação e que não há indícios que a vinculem diretamente às irregularidades. Segundo os advogados, as apurações não caracterizam crime de peculato e carecem de elementos suficientes para fundamentar uma imputação criminal.
Além disso, a defesa reforça que os inquéritos, instaurados há mais de cinco anos, permanecem inconclusos, sem indiciamento formal. Confiam que o devido processo legal e a presunção de inocência prevalecerão, isentando a ex-secretária de qualquer responsabilidade.
A Operação Catarse trouxe à tona um esquema que teria causado prejuízos significativos ao erário público. O caso destaca a importância da transparência e da fiscalização no setor público, reforçando a necessidade de denúncias por parte da população e investigações rigorosas por órgãos competentes.
Com o encerramento dos inquéritos, o próximo passo será a análise judicial, que definirá a responsabilidade dos envolvidos e possíveis sanções cabíveis.